O recente adiamento da obrigatoriedade da nova NR-1 trouxe à tona um problema muito maior do que qualquer adequação técnica: a cultura da omissão. Enquanto algumas empresas celebram a “folga” temporária, outras enxergam o que realmente está em jogo — a saúde mental das pessoas.
O que a NR-1 realmente expõe?
A Norma Regulamentadora nº 1 não criou uma crise. Ela apenas revelou com mais força o que já vinha se arrastando por trás dos bastidores corporativos:
- Crescimento de afastamentos por transtornos emocionais.
- Presenteísmo — colaboradores que estão no escritório, mas emocionalmente ausentes.
- Clima tóxico, que sabota talentos e corrói culturas organizacionais.
O adiamento da NR-1 apenas prorroga uma escolha:
➡️ Ignorar o problema, ou
➡️ Encarar o desafio e liderar a mudança.
A desculpa não pode mais ser uma estratégia
A verdade é: o problema não será adiado.
O que pode (e frequentemente é) adiado são as justificativas que anestesiam a ação:
“Não sabíamos como fazer.”
“Ainda não era prioridade.”
“Estamos focados em outras metas.”
Mas ignorar a saúde emocional não isenta ninguém da conta.
Pelo contrário: só a torna mais alta — em forma de turnover, improdutividade, desgaste e adoecimento coletivo.
Lucro acima de tudo… até que tudo desmorone
Muitas lideranças ainda operam no modo “meta a qualquer custo”. E o custo é justamente o bem mais precioso de qualquer empresa: as pessoas.
Quando se negligencia o cuidado com o humano, perde-se também a inovação, o engajamento e a longevidade do negócio.
Uma pausa que pode salvar — ou condenar
Esse adiamento é uma oportunidade para quem deseja fazer diferente.
Não é hora de relaxar. É hora de preparar, ouvir, aprender, transformar.
É o momento ideal para rever posturas, capacitar lideranças, implementar ações reais de prevenção e cuidado.
Se sua empresa ainda está esperando a fiscalização bater na porta para agir, é sinal de que a cultura precisa urgentemente de revisão.
A NR-1 pode até ser adiada. Mas a saúde mental de quem está ao seu lado — e de quem olha para você como exemplo — não pode mais esperar.